Botafogo dá cartão e sopapo nos juízes

Jorge Luis mostra cartão para o juiz chileno

Jorge Luis mostra cartão para o juiz chileno

A relação entre o Botagogo e os juízes não tem sido das mais amistosas. O zagueiro botafoguense André Luis ganhou os holofotes no mês passado depois de ter mostrado o cartão amarelo para o juiz chileno Carlos Chandía, durante a partida entre Botafogo e Estudiantes, no Engenhão, pela Copa Sul-Americana. O zagueiro foi muito mais contido do que outro botafoguense, o lateral Níltom Santos, que há quase 50 anos acertou um sopapo no famoso árbitro Armando Marques em pleno Pacaembu.

Está certo que André Luis andava de pavio curto. Pouco antes do episódio do cartão amarelo para o juiz chileno – o jogo acabou empatado em 2 a 2, e o Botafogo foi eliminado do torneio -, havia se metido em uma briga no jogo contra o Náutico em Recife. No caso da Copa Sul-Americana, o juiz não tinha como mais amarelar e avermelhou o zagueiro. 

Mas a história com Nilton Santos ganhou na época importância extraordinária pelo fato de Nílton Santos ter disputado quatro Copas pela Seleção Brasileiro, com duas conquistas, e de Armando Marques ser a estrela maior entre os juizes brasileiros.   

Em 1964, quando Nílton Santos, aos 39 anos, já pendurava as chuteiras, aconteceu um jogo no Pacaembu. Ao reclamar de um pênalti marcado contra o Botafogo, o lateral viu-se diante do juiz Armando Marques, que lhe admoestava apontando o dedo para sua cara.

Naquele momento deve ter passado pela cabeça de Nílton Santos a história das suas quatro copas do mundo e dos muitos títulos conquistados pela seleção brasileira e pelo Botafogo. O desfecho inesperado foi um sopapo em Armando Marques que lhe valeu dois meses de suspensão. André Luis foi um santo perto de Nilton Santos, mas também só recebeu um cartão na cara, não um dedo. Se para alguns, aquela atitude foi uma mancha na carreira de Nílton Santos, para outros foi uma despedida honrosa de um craque brasileiro. Como se fosse um gol. Um gol pela dignidade.