Fred aumenta lista de repatriados

Fred comemora gol

Fred comemora gol

Fred, o cara que fez o gol mais rápido na história do futebol mundial, aos 3,17 segundos, deixa o Lyon, França, e assina pré-contrato com o Fluminense por cinco temporadas. O jogador ainda aguarda a homologação da sua rescisão com o clube francês na Federação Francesa de Futebol, o que deve acontecer na próxima terça-feira.

Aos 26 anos, o jogador aumenta a lista dos jogadores que jogaram na seleção brasileira e voltaram ao país depois de pisar em gramados estrangeiros, principalmente da Europa. Dos ex-jogadores da seleção brasileira e estão de volta, Fred é o mais novo e espera que a temporada no Fluminense contribua para o seu retorno à seleção.

Dos que voltaram, Ronaldo, 32 anos, Corinthians, tem o mesmo sonho. Ednílson, 32 anos, veio para o Palmeiras e está fazendo gols. No fundo, não descarta um olhar mais atento de Dunga. Léo, que completa 34 anos em julho, foi contratado pelo Santos. Está de volta a Vila Belmiro, time pelo qual foi bicampeão brasileiro. O sonho de voltar à seleção passa só de raspão. Amoroso voltou ao Guarani, equipe onde foi revelado. Aos 34 anos,

Amoroso agora está atrapalhado com um tornozelo machucado. Não pensa nessa história de seleção. Só quer encerrar a carreira jogando pelo Guarani.
O mais entusiasmado com o possível retorno à seleção é Fred. Mas tudo depende de Dunga e da confirmação do contrato de venda pelo Lyon.

Bola fura e companheiros batem cabeça

Amauri, da Inter

Amauri, da Inter

O pastelão aconteceu no jogo entre Chelsea e Inter. O Chelsea, do brasileiro Alex, bateu a Juventus, do brasileiro Amauri, por 1 a 0, nesta quarta-feira, na partida de ida válida pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões, disputada no Stamford Bridge, em Londres. O gol foi do atacante Drogba, aos 12 minutos do primeiro tempo.

O jogo na segunda etapa caminhava para um sono profundo, quando Amauri dominou mal uma bola e deixou que ela escapasse para um adversário. Mas na hora do arremate, apareceu um zagueiro da Inter. Na dividida, sobrou para a bola, que deixou o campo furada.

Logo em seguida, nova dividida, só que entre dois jogadores da Inter, que bateram cabeça. Um deles também saiu de campo, como a bola. 

Foi o momento mais movimentado da partida, sem contar o Gol. Depois o sono voltou.

Ronaldos da bola

Ronaldinho

Ronaldinho

Ronaldo
Ronaldo

Ronaldo era Ronaldinho até que despontasse outro craque brasileiro, o Ronaldinho Gaúcho, e fizesse o diminutivo desaparecer do seu nome. Ronaldinho virou só Ronaldo e mais tarde Ronaldo Fenômeno.

A trajetória de Ronaldo foi fantástica e cheia de pedras no caminho. Há pouco mais de 10 anos, na Copa de 1998, na França, ele era o cara da vez e ainda era o Ronaldinho. Veio então a fatídica decisão contra os donos da casa, quando teve uma crise nervosa no dia da partida final. A derrota por 3 a 0 e a perda do título ficaram engasgadas na garganta  do craque até a Copa seguinte, em 2002, na Ásia.

Mas a contusão antes da competição colocou o plano de desengasgar a garganta em risco. Poucos acreditavam que Ronaldo, que não era mais Ronaldinho, pudesse  se recuperar. Mas Felipão, o técnico, botou fé de que sua perna iria estar em ordem para a Copa. O Brasil então sagrou-se pentacampeão mundial, e Ronaldo foi o artilheiro da Copa com oito gols

Na Copa seguinte, na Alemanha, o Brasil foi eliminado pela França, e a Itália levou a taça na decisão contra a França, jogo marcado pela cabeçada de Zidane no peito do italiano Materazzi. E os Ronaldos não marcaram ponto algum em seus currículos na competição da Alemanha.

Para a Copa do ano que vem na África do Sul, a participação dos Ronaldos é incerta. Lá se foi uma década desde a história da Copa da França. Os xarás nesse tempo se encheram de fama e grana no bolso, foram escolhidos os melhores craques do mundo e olham para o futuro com apreensão. Ficaram mais velhos mas querem iluminar o final de suas carreiras. Sobre Ronaldinho Gaúcho, hoje no Milan, a ida para a festa da África do Sul é mais certeira.  Sobre Ronaldo, que já foi Ronaldinho um dia, a temporada de treinos no Corinthians indica que o imprevisível de sua vida continua à solta. E a bola rola. Por quanto tempo, não se sabe.

O briguento diz que foi melhor do que Ronaldo

Beijoca, no Fortaleza - abaixado, centro

Beijoca, no Fortaleza - abaixado, centro

Beijoca
Beijoca

 

 

 

 

 

 

“Eu era mais completo que o Ronaldo”, diz Beijoca. O Fenômeno, segundo o craque baiano, era bom mas não como ele. “Eu chutava com as duas pernas, era habilidoso, apesar de forte, e fatal nas finalizações, além de ser um exímio cabeceador. Fui, portanto, mais completo e melhor que ele”.

Nascido em Salvador, em 1954, Beijoca ganhou fama nos anos 70 e 80 e foi o primeiro andarilho do futebol brasileiro. No Bahia ele explodiu. Em sete anos de clube, foi seis vezes campeão e marcou 106 gols. Jogou também no Catuense, Fortaleza, Vitória, Leônico, Fluminense de Feira de Santana, Sergipe, Mogi-Mirim, Londrina, Guará, Gama, Camaçari, Flamengo/RJ, Sport. Em muitos desses clubes, foi e voltou.

Era um encrenqueiro sem tamanho. Mas foi no Flamengo que participou de um lance inusitado. Na reserva, o que não era demérito em um time que tinha craques como Zico, Junior; Paulo César Carpegiani, Adílio, Cláudio Adão e Tita. A certa altura, o técnico chamou Beijoca. E pediu para que ele desse um presta-atenção em um adversário que não parava de bater em seus companheiros.

A bola saiu pela lateral, que foi a senha para ele entrar no jogo. Beijoca estava na lateral direita, perto do banco do Flamengo.O chutador de canelas estava na lateral esquerda. Assim que deram sinal para que entrasse em campo, ele saiu em disparada em direção ao adversário valente. Ninguém entendeu nada. Ele seguiu a correria, chegou no tal sujeito e disparou o pontapé. Foi seu primeiro lance e foi a expulsão mais rápida da época.

Jorge Augusto Pereira Aragão, o Beijoca, hoje é pastor.

Com vocês, a dupla Felipão e Murtosa

Murtosa e Felipão (centro)

Murtosa e Felipão (centro)

61205_20Os dois estão juntos há 25 anos. Já andaram por todos os cantos do mundo atrás da bola. É uma parceria sem igual no futebol. Agora dão um breque, com a queda de Felipão do Chelsea, da Inglaterra, e por tabela uma pausa para Murtosa.

Aliás, o Murtosa se chama Flávio Teixeira, nascido em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 14 de janeiro de 1951. O apelido Murtosa vem da família. Seu avô nasceu em Murtosa, perto de Aveiros, Portugal – na passagem da dupla por Portugal, Murtosa deu jeito de providenciar a cidadania portuguesa, sonho que a mãe não conseguiu realizar.

Assim como Luiz Felipe Scolari, Murtosa foi jogador de futebol. Mas por um breve tempo no Esporte Clube Pelotas. Felipão, o gaúcho de Passo Fundo, nascido em 9 de novembro de 1948, foi mais longe e passou por uma porção de clubes gaúchos.

Os dois se formaram em Educação Física. E  a partir de 1982 formaram a dupla Felipão e Murtosa, técnico e auxiliar. E puserem o pé na estrada. Desde então, salvo duas paradas rápidas, a parceria segiu viagem pelo Al Shabab (Arábia Saudita) Grêmio,Goiás, Al Qadsia (Kuwit) , seleção do Kuwait, Criciúma, Al Ahli (Arábia Saudita), Jubilo Iwata (Japão), Cruzeiro de Belo Horizonte, seleção brasileira, seleção portuguesa e Chelsea. Ufa!

Felipão não sai sozinho

Felipão

Felipão

Felipão não deixa o Chelsea sozinho. Sai também o escudeiro Murtosa, ao lado de Felipão há muito tempo. Podem sair também Deco, Mineiro…Luiz Felipe Scolari foi contratado em julho de 2008.

A saída de Felipão, que diz querer ficar em Londres mais algum tempo para que o filho termine o semestre na escola, tem muito a ver com o mundo de estrelas do time inglês. Se o nariz não insistisse em alcançar as nuvens o tempo todo, o trabalho sairia mais redondo.

Scolari, campeão mundial em 2002, também se enroscou com o russo Roman Abramovich, dono do clube, que não trouxe os atletas que o treinador queria, sobretudo Robinho. Veio por empréstimo do Internacional de Milão o português Quaresma.

Apesar de o time recorrer ao bolso do russo Abramovich, será que a demissão tem relação com o ataque de xenofobia que assaltou a Europa com a crise global?

Carioca, 1, 69 m, jogador de futebol

Romário

Romário

Se alguém colocasse a descrição acima para se candidatar  a atacante de qualquer time, o técnico iria coçar a cabeça. Com essa altura toda, como o cara quer fazer gol de cabeça, por exemplo?

Mas baixinho, quando se mete a jogar futebol, normalmente é bom de bola. E  baixinho, centroavante e artilheiro, é raro. Romário foi exceção. Ele fez gols de todas as maneiras, na sua fantástica lista de mil bolas empurradas para a rede.

Dá pra encher esta tela de baixinhos bons de bola, como Pelé, Zico, Tostão, Maradona e Messi. Enfim, se alguém gritasse “baixinho” no meio da turma, todo mundo olhava. Mas com baixinho centroavante, não.

Romário poderia chamar Maradona de baixinho. Com 1,65 m, o meia argentino só  poderia mesmo ter recorrido à “Mão de Deus” para cabecear aquela bola na copa de 1986, na vitória contra a Inglaterra.

Messi tem o mesmo 1,69 de Romário e promete ter uma carreira tão notável como a de Romário. O Baixinho poderia chamar Pelé, Zico, Tostão e Reinaldo de gigantes, todos com 1,72 m de altura.

No caso de centroavantes da seleção brasileira, a gente não encontra nenhum baixinho tão “grande” como ele. Careca, por exemplo, que jogou na seleção de 1982 e 1990, tinha 1,82 m, 13 centímetros a mais que Romário.

Outros atacantes que fizeram história na seleção, como Serginho Chulapa, Roberto Dinamite e Casagrande, devem ter negociado com os sites de seus clubes para que não revelassem suas alturas para proteger o Baixinho, o que teria sido uma preocupação inútil. O gigante Romário está pouco se lixando para isso. Ele é o cara.

Gre-Nal põe fogo em Erechim

O estádio Colosso da Lagoa, em Erechim, será palco do clássico gaúcho neste domingo, às 19,30 horas. Prestes a completar 100 anos, este será o sexto Gre-Nal fora de Porto Alegre.

Queixas: Erechim fica a 362 quilômetros de Porto Alegre, o jogo será às 19h30 e o ingresso mais barato custa R$ 60,00.  

Celso Roth, técnico do Grêmio, conta com o brilho do ex-palmeirense Alex Mineiro. Tite, do Internacional, quer ver o ex-corintiano Nilmar colocar a defesa gremista pra correr.

Pênalti do presidente da república

Desde que a bola rola, os paulistas e cariocas se peitam. Se nos dias de  hoje os times dos dois Estados estão mais comportados, em outros tempos até a bola tremia quando eles entravam em campo. Na decisão do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1927, por exemplo, disputado no campo do Vasco, até o Presidente da República, presente no estádio, teve de intervir, mandando seu oficial de gabinete por ordem no campo.

Os políticos estavam percebendo a importância do futebol na vida brasileira e já começavam a meter a cara nos estádios. Aquilo que até os anos 20 era uma coisa de elite – o time do fluminense, pra se ter uma idéia, costumava viajar de smoking – caiu nas graças do povo. E uma cena correta pra galera poderia significar uma goleada nas urnas.

Paulistas e cariocas dominavam o futebol brasileiro. Desde 22, vinha sendo disputado o Campeonato Brasileiro de seleções, que além de paulistas e cariocas, incluía mineiros, baianos, gaúchos e paranaenses. Depois vieram pernambucanos e paraenses. Mas na final só dava Rio e São Paulo, com as duas seleções se alternando na hora de levantar a taça.

As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo nos anos 20 cresciam sem parar. Os paulistanos, naquele ano, se encheram de orgulho quando o comendador Martinelli plantou no centro da cidade, na Praça Antonio Prado, um arranha-céu de 26 andares.

Apesar do surto de febre amarela que atingiu seus subúrbios naquele ano, o Rio de Janeiro também se deliciava. O Brasil entrava na era do rádio, com o aperfeiçoamento das estações e receptores. Os cariocas podiam escutar em seus radinhos o sucesso carnavalesco do ano, “Dondoca”. Margarida Max cantava sem parar: “Dondoca, dondoca/Anda depressa/Que eu belisco essa pernoca”.
          
Para o presidente Washington Luís, o ambiente estava propício para aparecer no estádio São Januário acompanhado de todo o seu ministério e assistir à decisão entre paulistas e cariocas. Com o estádio do Vasco tomado por 35 mil pessoas, os dois times mantiveram a tradição e faziam uma partida disputadíssima. Para o presidente, a bola estaria cheia por muito tempo, se, aos 33 minutos do segundo tempo, com o jogo empatado em 1 a 1, o juiz não tivesse marcado um pênalti contra os paulistas.
         
O presidente também sairia ileso se o time paulista deixasse que o pênalti fosse batido. Afinal, embora fosse paulista, no dia anterior ele fizera a média com a imprensa local colocando os cariocas nas alturas. Mas os paulistas não queriam conversa. Foi quando Washington Luis resolveu se valer de sua autoridade e mandou que oficial de gabinete fosse até o gramado e mandasse o time paulista parar com a baderna.
         
A notícia de que o presidente mandara que os jogadores reiniciassem o jogo logo se espalhou. Foi o maior zunzunzum. Para o oficial de gabinete, aquele mostrou-se o maior estádio do mundo, embora o Maracanã não existisse nem em sonhos. Era degrau que não acabava mais. Mas ele conseguiu chegar até o gramado. Chamou então o capitão paulista Amilcar e passou o recado do presidente da República. Amilcar chamou o centroavante Feitiço e os dois decidiram mandar a resposta ao presidente por meio do exausto oficial de gabinete: “Lá em cima quem manda é ele. Cá embaixo, mandamos nós”. E os dois foram para o vestiário acompanhados pelo restante do time.
          
Para o presidente da República, restou a patética jogada final, com um jogador carioca cobrando o pênalti em um gol vazio. Vitória dos paulistas no jogo de cena. E um presidente a ver navios na Baía da Guanabara.

Cara a cara com o goleiro

1053img_bola1986Parecia que todas as chuteiras e bolas do mundo estavam em nossa área. Certa hora, tomada pela fúria do atacante adversário, uma bola atingiu o que os comentaristas chamam de parte baixa de Trovati, o zagueiro central do Estrela Vermelha que foi ao chão. O time nem conseguiu acudir aquele que era o mais aguerrido dos defensores da várzea campineira, tamanha era a canseira do quase encerramento de um 0 a 0 suado. Na outra trave, o goleiro tirava uma soneca encostado na trave, cansado de sonhar com um ataque inoperante.

Enquanto Trovati se contorcia no gramado – se é que se pode chamar assim o piso do campo do Astral -, Wil, nosso goleiro, apanhou a bola e chutou com a força que lhe restava para Toninho Piau, o pouco hábil mas muito veloz  ponta do Estrela.

Surpreendidos com a insensibilidade de Wil, que desprezou a bola no saco de Trovati, os dois times só observaram o balão que ultrapassou por pouco a linha de meio-campo. Todos olhavam a bola como se fosse algo de outro planeta. Menos Toninho Piau, nosso veloz ponta-esquerda, que, como de hábito, partiu para a meta adversária com os olhos grudados na bola. Foi quando o time inteiro do Astral resolveu gritar ao mesmo tempo para despertar o goleiro que dormia encostado na trave.

Toninho Piau foi tão rápido que ninguém nem sequer pensou em acompanhar a arrancada. E o goleiro, assustado, levantou-se, coçou os olhos e se agarrou na trave para se certificar da posição em que estava. E lá vinha o foguete Toninho Piau.

Quando o ponta estava quase nas proximidades da grande área, o goleiro se adiantou para dar o bote. E Toninho, com os olhos fixos na bola, armou-se para desviar a bola do goleiro. Tudo aconteceu como planejado pelos dois jogadores.

Toninho deu um leve toque à esquerda do goleiro, que se atirou na bola com extrema leveza para quem tinha acabado de acordar. Mas não conseguiu interceptar nada e passou a esmurrar o chão inconformado. E Toninho saiu pulando pela façanha.

Tudo estaria perfeito se a jogada não tivesse ocorrido do lado errado do gol. O goleiro da soneca apalpou a trave pelo lado externo do gol, e nosso ponta era acostumado a manter os olhos presos na bola e só arriscara uma leve espiada na posição do arqueiro.

Resultado: Toninho comemorou e o goleiro se desesperou por um gol inexistente. E os dois times observaram a cena de camarote.

Acabou naquela hora o jogo entre Estrela Vermelha e Astral. As duas equipes ficaram caladas pelo tempo possível. E o empate, no final das contas, foi considerado justo.